Páginas

domingo, 29 de outubro de 2017

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP _ Sobre a Catalunha...


NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Sobre a Catalunha
e os desenvolvimentos relativos
à questão nacional em Espanha

28 Outubro 2017

O PCP sublinha que a questão nacional em Espanha tem de ser considerada com a complexidade que a história e a actual realidade daquele País encerram.
A resposta a esta questão, designadamente na Catalunha, deve ser encontrada no quadro do respeito pela vontade dos povos de Espanha e, consequentemente, do povo catalão.
São profundamente criticáveis as atitudes do Governo espanhol, na base da intolerância, do autoritarismo, da coacção e da repressão.
O PCP considera preocupante, incerta e perigosa uma escalada de factos consumados, que abra espaço ao inaceitável e condenável procedimento que o Governo espanhol protagoniza, e não só face a esta situação, como em aspectos gerais de que é exemplo a «Lei da mordaça», que ataca liberdades políticas e democráticas fundamentais.
É evidente que, a coberto da actual situação, se promovem valores nacionalistas reaccionários e tomam alento sectores fascistas franquistas, que durante dezenas de anos oprimiram os povos de Espanha.
O PCP alerta para manobras de certos sectores que visam iludir as suas responsabilidades numa política de classe contra direitos laborais e sociais por via da instrumentalização de sentimentos nacionais.
A realidade está a demonstrar que a solução para a questão nacional em Espanha deverá ser encontrada no plano de uma solução política, que a integre no quadro de uma resposta mais geral que assegure os direitos sociais e outros direitos democráticos dos trabalhadores e dos povos de Espanha, incluindo do povo catalão.
Esta é a posição do PCP, cujo conteúdo se diferencia das posições do Governo português e do Presidente da República, designadamente face à sua omissão quanto ao respeito da vontade dos povos nesta situação.
Sobre as formas usadas para a afirmação dos sentimentos nacionais na Catalunha, designadamente a declaração de independência produzida, o PCP não se pronuncia especificamente, adiantando como elemento de carácter geral a ideia que considera preocupante uma escalada de factos consumados.

***«»***

De nada vale reclamar a legalidade constitucional, quando essa legalidade não é aceite pelo povo. E o povo catalão não quer ser espanhol.

Também o golpe militar do 25 de Abril era ilegal, à luz da Constituição do regime fascista de Salazar/Caetano e, no entanto,essa legalidade sucumbiu, perante a euforia do povo de Lisboa, que se juntou aos militares revoltosos.

As manifestações em Espanha, contra a independência da Catalunha, mostraram que o movimento fascista/franquista está a levantar a cabeça, e os partidos ditos democráticos, os da direita e o PSOE (socialista), convivem alegremente com esses partidos e movimentos, que se reclamam herdeiros do pensamento de Franco.

Há um direito histórico na Catalunha que legitima a declaração unilateral de independência, independência essa que foi usurpada pela guerra e pela consequente ocupação.

Alexandre de Castro
2017 10 29

Sem comentários: