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terça-feira, 14 de abril de 2015

Presidente da Relação de Lisboa ilibado depois de apanhado em escutas a dizer que estava "disponível para tudo"


Em causa está o processo dos vistos gold. Procurador do Supremo Tribunal de Justiça  considera a conversa "normal".
Um juiz recebe uma chamada de um dirigente do Ministério da Justiça - no caso António Figueiredo, presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) - a quem tinha pedido o favor de lhe explicar como é que se deveria proceder para registar uma criança com um nome mirandês. Depois, fica a saber que António Figueiredo, atualmente em prisão preventiva, desconfia que está a ser investigado e sob escuta da PJ. Supreendido com a notícia, Luis Vaz das Neves, que é presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, reage assim: "Desde já lhe digo e lhe quero manifestar que tudo, mas tudo que o soutor entenda que possa ser útil, porque eu conheço o soutor, estou totalmente disponível para tudo".

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Transversalmente, nas altas esferas do poder, o regime está contaminado, de forma larvar, pela corrupção e pelo nepotismo, e já é impossível corrigi-lo, por via pacífica e consensual. Cada vez mais se impõe uma solução de rutura, que estabeleça uma nova ordem política, orientada para o bem comum. Políticos, banqueiros, juízes e altos funcionários de Estado já atuam em comandita, protegendo-se uns aos outros. Diz-nos a História recente (sec. XX), da América Latina, que, quando as coisas começam assim, têm tendência, tal como uma mancha de óleo, a alargarem-se a algumas classes intermédias da sociedade e a elementos ativos das instituições de forças da Segurança Pública, com estes últimos a organizarem-se em exército secreto, para eliminarem indesejados e perigosos contestatários. Será a lei da selva, com os diversos lobies e cartéis a retalharem e a venderem o país, de acordo com os seus interesses.

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