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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Foi há 100 anos que aconteceu "Natal", na guerra...


Foi há 100 anos!... Foi há 100 anos, no primeiro Natal da Primeira Grande Guerra, que o instinto do Homem se elevou ao patamar da fraternidade, ultrapassando a animosidade gerada por um violento conflito armado, que ensanguentou e destruiu o miolo da Europa, causando uma mortandade inimaginável. Saindo das trincheiras, onde viviam miseravelmente como toupeiras, os soldados alemães, ingleses e francesas, ressuscitando o espírito do Natal, vivido nas suas vidas e nos locais das suas origens, resolveram todos confraternizar na terra de ninguém, abraçando-se, trocando entre si presentes e comida e, esquecendo o violento estrondo dos canhões e o matraquear cadenciado das metralhadoras, começaram a cantar as melodias emocionantes do Natal. Para "matar" o frio e fazer esquecer o tempo, jogaram entre si renhidas partidas de futebol. Os generais de ambos os lados ficaram furiosos com aquela subversão "sentimental", expressa na impensável e surpreendente confraternização entre soldados que pertenciam a exércitos inimigos, ao ponto de, nos anos seguintes, a proibirem terminantemente.
Naquele inverno de 1914, na quadra natalícia que aproxima e emociona parte da Humanidade, o coração falou mais alto do que as balas das espingardas.
Alexandre de Castro

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