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quinta-feira, 10 de março de 2011

Cidades Perdidas: Palmira (2)

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Amabilidade do João Fráguas, que enviou as imagens.
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A sua condição de cidade situada na fronteira mais oriental do Império Romano e o facto de ter sido um lugar privilegiado do trânsito das caravanas, que transportavam as mercadorias do oriente para o ocidente, ditaram a sorte de Palmira. Foi grande e opulenta, mas esteve sempre à mercê da cobiça dos povos vizinhos. Várias vezes mudou de mãos e várias vezes foi destruída, para, depois, ser reconstruída, até que o barcos do Índico substituíram com vantagem as lentas caravanas de camelos.
Quando António, em 43 a.c, procurou conquistá-la aos Partos, já Palmira era uma cidade secular. Diz-se que teria sido fundada por Salomão, e que Nabucodonosor a teria destruído, mas que, anos depois, devido à sua importância estratégica, foi reconstruída. Coube a Trajano arrebatá-la para o Império Romano, embora, por razões de ordem política e militar, também a tivesse destruído. Adriano reedificou-a e deu-lhe o nome de Adrianópolis. No reinado de Carcala, era uma colónia romana e recebeu o título de Jus Italicum.
Mas é durante o século III da nossa era que Palmira atinge o seu máximo esplendor e grandeza. Beneficiando de uma certa autonomia em relação a Roma, que lhe conferiu o estatuto de República, Zenóbia, a viúva de Ordenato, príncipe de Palmira, além de prosseguir com a obra de engrandecimento da cidade, tentou sacudir o jugo romano, cujo exército derrotou. Para não ser apanhada de surpresa por um contra-ataque das forças imperiais, mandou marchar para o Egipto, no ano 273, um exército de setenta mil homens, bem armados, para se assenhorear de Alexandria, uma cidade estratégica. A empresa não foi bem sucedida, e é o imperador Aureliano, em pessoa, que perseguirá Zenóbia, conquistando Palmira e aprisionando a raínha rebelde. Como os habitantes se revoltaram, Palmira foi mais uma vez destruída. Justiniano manda fortificá-la, dotando-a de uma cerca de muralhas e restaurando o Templo.
Depois desse período áureo, a cidade nunca mais teve paz, tal era a cobiça pela sua posse. Os árabes acabaram por a conquistar, mas deixaram-na muito danificada, devido às guerras religiosas. Em 1157, é sacudida por um grande terramoto. Os Tártaros de Tamerlão saquearam-na em 1401, até que os turcos a destruíram no século XVII. Palmira já perdera a sua importância antiga, uma vez que o comércio com o oriente passou a fazer-se por mar.
Os seus habitantes desertaram, mas ficaram as ruínas, que testemunham bem toda a imponência do seu passado, bem visível ainda no que resta do Templo do Sol, consagrado a Baal, bem como as Torres Sepulcrais e o castelo muçulmano.

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